Quisera eu toda a raiva indomável,
Fúria bruta, que brota das entranhas.
Força feroz, descontida e inigualável
De atravessar misterios, montanhas,
Feito a fúria de Deus, mas, amável.
Quisera eu não ser vícios e manhas
Humanamente animal, domesticável!
Quisera ser as tempestades estranhas
Clamando justiça em mil relampejos!
De riscar o céu, de trovejar desejos
Que nascem no fundo de minh'alma...
Mas, de repente meu céu de azulejos
Refletindo o amor e me acalma
De repente é tudo azul, tudo é calma.
Petrolina/PE, 16/01/2011
Hélio Ferreira