quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

EU DOMO A VIDA

EU DOMO A VIDA

Cansado das companhias
Soltei meu braços
Tirei cabrestos
Afrouxei cias

Tirei esporas
Saltei das selas
Soltei cavalos

Soltei as bestas
Soltei as feras
Sai das salas
Dos cestos

Das tiranias

Sai do alvo das balas
Findei as horas
Juntei-me escoras
E finalmente
Sentei-me esperas

Mas nesses dias

Abro cancelas
Ocupo espaços
Abro horizontes
Novas janelas


Revolvo os montes
Retomo a lida

Eu bebo os ventos
Eu somo os passos

Eu como estradas
Eu tomo o tempo
Eu domo a vida


Petrolina/PE, 18/12/2014

Hélio Ferreira de Lima

sábado, 8 de março de 2014

UNHAS, CABELOS E PENTES

UNHAS, CABELOS E PENTES

Eu sei que brincas

Com brincos e tintas
E assim tu pintas
Cabelos
E unhas

Mas sem temer preconceitos

E alcunhas
Eu sei que abusas
Nas danças
E fintas

Também tu usas pulseiras

E cintas
Eu sei que abusas
Dos tons
De batons

Eu sei que usas

Os divinos dons
Usa as presilhas
Tarrafas
E pentes

Mas eu bem sei

Que quando tu sentes
Que abusam
Da tua alma feminina
Sei que te viras
Na mais feroz felina

Ai tu partes

Com unhas
E dentes

Salgueiro/PE, 08/03/14

Hélio Ferreira de Lima

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

SUAVEMENTA

Num descanso de um refrescar de riso
De uma paz tão suavemente, menta!
Tu me vens de repente e sem aviso
Vem voraz, tira a paz, desorienta

E de quebra, quebra a paz do paraíso.
Tu que tens esse fogo que me esquenta!
Vens queimando, me levanta e eu me exorcizo
E me invade e me arde-me pimenta

Que meu gozo não sustenta, não demora!
Uma lágrima do desejo logo chora
Tens a prova do pecado da maçã

Tu me vens tão contente e me devora
Tu me esquentas na friagem da manhã
Me apimentas qu'eu fico um riso hortelã.

Araripina/PE, 01.02.2013
Hélio Ferreira de Lima

domingo, 9 de fevereiro de 2014

POEMA DE JARDIM (EM TEMPOS DE GUERRA)

POEMA DE JARDIM (EM TEMPOS DE GUERRA)

Sabes o que faço contra as tuas fúrias?

Quando ensaias guerras e esquemas!
Quando realizas os teus estratagemas
Com os teus soldados e as tuas centúrias?

Sabes o que faço quando tu blasfemas?

Quando tu cometes estragos e injúrias
Com os teus sortilégios e as tuas lemúrias
Com tuas maldades e os teus teoremas?

Sabes o que faço com as tuas chaves?

Com teus nós das tuas cordas de agaves
Com as tuas mãos e as tuas algemas?

Sabes o que eu faço com a tua guerra?

Ah! Eu planto os males dela pela terra
Depois colho flores para meus poemas!

Petrolina/PE, 09/02/2014

Hélio Ferreira de Lima


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

PANDEMÔNIO

Vejo mal a trindade de demônios
Praticar a maldade em seus domínios
Vejo ela com poderes e fascínios
Exalando fortes cheiros de amônios
Com venenos, salivas e hormônios
Vejo a cobra MÁ-RABUDA que rasteja
Vejo o cão LUCIFÉLDER na peleja
Enquanto cobra NORATO envenena
Mas Deus faz a maldade mais amena
Quando acena com a brisa benfazeja

Salgueiro/PE,  02/07/2013

Hélio Ferreira de Lima