sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

BOTE MAIS UMA DOSE...

BOTE MAIS UMA DOSE QU'EU PRECISO
ESQUECER DO SABOR DO BEIJO DELA

(O sabor da pinga marvada)

No mote de Lucélia Santos

Tirei gosto no desgosto do beiju
Mas o gosto dela ficou na saliva
Tomei cana, aguardente primitiva.
Tirei gosto com o azedo do imbu
Tomei cana com guisado de tatu
Tomei cana com caititu e titela
Tomei cana com tutu e cabidela
Mas não sai o sabor do meu juízo
"Bote mais uma dose qu’eu preciso
Esquecer do sabor do beijo dela"



Salgueiro-PE, 22.01.2015
Helio Ferreira

FIZ DA CURVA DO BRAÇO UM TRAVESSEIRO...

No mote de autoria desconhecida, tirado dos versos do poeta Damião De Andrade Lima.

Ocupamos os campos e espaços
Na ilusão das mil noites e mil dias
Entre corpos, carinhos, mãos macias
 Entre brechas, apertos e abraços
Mas depois, nos suores, nos cansaços
O prazer finda enfim nossa jornada
Ela exausta com a pele inda orvalhada
Eu por fim num gemido derradeiro
Fiz da curva do braço um travesseiro
Pra meu bem cochilar de madrugada


Salgueiro-PE, 23.01.2015
Hélio Ferreira de Lima

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

QUE O DEUS VENHA - Sobre poema de Clarice Lispector


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

FOI ASSIM COM NOSSO AMOR

FOI ASSIM COM NOSSO AMOR
-Dedicado a Tiany Sá e Philippe Salgueiro


Como a raiz que luta
Por entre as gretas da rocha
Depois flor que desabrocha
Da planta espinhosa e bruta
Mas depois que se faz fruta
Esquece as faces da dor
Depois que ela tem sabor
Da luta amadurecida
É como o doce da vida
Foi assim com nosso amor

Como o sol que descortina
As cortinas do nascente
Depois flecha mais valente
Que corta a fria neblina
Depois tudo se ilumina
Que o mundo é luz e calor
Depois que tudo é alvor
Com o clarão de um novo dia
Tudo que é bom irradia
Foi assim com nosso amor

Como veio que se entranha
Pelas entranhas da terra
Brotando no pé da serra
Manso, mas cheio de manha
Depois rio que se assanha
Depois que tudo é furor
Depois rio vencedor
Que enfrenta qualquer barreira
Depois tudo é só ladeira
Foi assim com nosso amor

Salgueiro-PE, 05-01-2015

Hélio Ferreira de Lima

ÁGUAS SANTAS

ÁGUAS SANTAS

Descei dos céus águas santas
Regai sementes de paz
Lavai a mente onde jaz
Tanta maldade e há tantas 
Matai a sede das plantas
Matai a sede dos bichos
Levai orgulhos, caprichos
Lavai as almas e as mágoas
Lavai as manchas das águas
Lavai as vidas dos lixos


Salgueiro-PE, 06/01/2015
Hélio Ferreira de Lima